FALECIMENTO DO ACADÉMICO HIGINO MARTINS
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Com profundo pesar a Academia Galega da Língua Portuguesa tem de registar o falecimento do académico e professor Higino Martins Esteves, o dia 20 de junho, em Buenos Aires, República Argentina, onde tinha a sua morada, por complicações derivadas da COVID. O presidente e toda a comunidade académica transmite à família e seres queridos as suas profundas condolências.
Nasceu em Buenos Aires de pais galegos. Viveu oito meses na Galiza do ano 1947. Como advogado, Higino Martins foi assessor do Banco Español del Río de la Plata e secretário do diretório. Como professor em Letras (Filologia), foi titular das cátedras de História da Língua Castelhana, de Introdução à Linguística e de Filologia Românica, na Universidad del Salvador.
Desde 1977 lecionava português da Galiza em instituições galegas de Buenos Aires, e estudos célticos desde 1994 no Instituto Argentino de Cultura Galega. Ditou, entre outros, cursos sobre Religião e Mitologia Célticas (convertido em livro), Proto-história da Galiza, Legado Céltico na Cultura Ocidental, Língua Céltica Antiga Comum e História dos Povos Célticos.
O seu legado, insubstituível, abrange um amplo conjunto de publicações e artigos, a organização de diversos eventos académicos, a promoção da cultura na sua mais ampla extensão, e o fruto de décadas de ensino de transmissão da língua e cultura galegas a várias gerações de estudantes que, hoje, lamentam a sua perda.
O professor Higino Martins concorreu aos três primeiros Congressos Internacionais da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, organizados pela AGAL, em 1984, 1987 e 1990, e enviou contributo ao do ano 1993. Organizou dous Simpósios Internacionais da Língua Galego-Portuguesa, no Centro Galego de Buenos Aires, em 1983 e 1985. Participou nas Jornadas sobre Línguas Célticas, em Buenos Aires, no ano 2002.
Tem publicado os seguintes livros: Cantares Galegos de Rosalia (1986), edição reintegrada e anotada, ed. Caixa Ourense; Quadros de Gramática Galega (1992.1995), Buenos Aires, Amigos do Idioma Galego, Buenos Aires, 1992 e 1995); Conjuro da Queimada (2008), Buenos Aires, Andrómeda; As Tribos Calaicas, Proto-história da Galiza à luz dos dados linguísticos (2008), Sant Cugat del Vallès, Edições da Galiza. Ensaio de Gramática do Céltico Antigo Comum, Sant Cugat del Vallès, Edições da Galiza.
É autor de artigos e estudos, como «Dos três Lúgoves Arquienos ou do que duas inscrições latinas nos ensinam sobre o passado da Galiza» (1978), Grial (Vigo) núm. 59, Vigo; em Agália (Ourense) núm. 31, 1992; «Luz léxica na história da cultura galega», em parte nas atas do I Congresso da AGAL, 1984; «Novas olhadas no léxico galego», em parte nas atas do II Congresso da AGAL, 1987; «Mais vozes a resgate da memória», parcialmente nas atas do III Congresso da AGAL, 1990; «Cancioneirinho Céltico, antologia bilíngue de antiga poesia céltica», Agália (1990), núm. 24; «Blanco-Amor professor de galego e outros labores seus em Buenos Aires», Agália (1993), no 33; «Ainda mais vozes a resgate da memória», parcialmente nas atas do IV Congresso da AGAL, 1993; «O Mistério de Santiago», revista Galicia, do Centro Galego de Bs. Aires, 1997; Boletim Adigal nº 7, 1998. Publica, desde 1999, em Sitio al Margen (www.almargen.com.ar) e em Adigal (www.adigal.org.ar). Também publicou ensaios no Boletim da AGLP. Na página web, uma "Brevíssima história dos géneros" e " Prótese romance de E ante S + consoante e o que daí se puder inferir no céltico" (2020)
Com a chancela da AGLP publicou também Etimologias obscuras ou esconsas, volume II dos Anexos do Boletim da AGLP (2015).
Pode aceder-se à entrevista realizada pela associação Desperta do Teu Sono em Fevereiro de 2016, dirigida por José Manuel Barbosa.
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