Crónicas do Brasil (e III): Santa Catarina e o retorno

Crónicas do BrasilFoi um belo dia de abril
Do alto mar foi avistado.
Com um céu cor de anil
E logo ali ter ancorado.

Mário Osny Rosa, poeta catarinense

Isabel Rei (*) - E Florianópolis abriu-se para nós como flor insólita a crescer cara o atlântico. Era o Sol sobre as árvores e o calor do dia, a praia aproximava-se de nós devagarinho. Palmeiras e oficinas de mecânica olhavam-nos passar no autocarro da Comitiva dos Colóquios. À beira da estrada ficavam os telhados de palha e o ambiente tranquilo. Como o polvo no São Froilão, as ostras desfilavam nos cartazes dos restaurantes: Ostradamus, Ostras Coisas, Umas e Ostras, Maria vai com as ostras...

Havia ainda os ecos do trovão tropical que nos despediu no Rio e o cansaço da viagem, que cumulava já quatro voos: Manter o cinto atado enquanto estiver sentado, e assim rimando e voando, Use o assento para flutuar, salvávamos as distâncias entre Brasília e São Paulo, e entre São Paulo e Rio de Janeiro, e entre Rio de Janeiro e Santa Catarina, nosso último destino brasileiro da nossa primeira viagem ao Brasil.

Era 31 de março e fomos apresentar o Instituto Cultural Brasil-Galiza ao evento que para o caso tinham preparado no Instituto Federal de Santa Catarina, como já relatou Concha Rousia, à receção na Câmara de Vereadores da cidade e à Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). O 1 de abril foi a visita ao Ecomuseu açoriano do professor Nereu do Vale Pereira , em Ribeirão da Ilha, viagem de barco e suco de abacaxi, até o almoço no Pântano do Sul.

Em 2 de abril visitamos, também de barco, as fortalezas de Santa Catarina, antigas fortalezas europeias onde a força dos canões colonizadores controlava o litoral brasileiro. Em 3 de abril, Santo Antônio de Lisboa, uma das povoações mais antigas da Ilha de Santa Catarina, de comunidade pesqueira com açorianas ruas e casarios centenários.

Em 4 de abril, visita à Palhoça, com a receção da Câmara em que colaboraram os guarani do Morro dos Cavalos. Dia de chuva, de música guarani em casa açoriana, de colares de penas e vistosas cores. A descoberta da povoação originária, dos seus cabelos de seda, dos olhos de arco-íris nos rostos dignos e ainda estranhados da secular presença dos europeus. A maior expressão do guarani é a dança, disse o Xeramõi, o avô do povo guarani-mbyá, e parecia querer dançar com o pensamento.

Crónicas do Brasil

Em 5 de abril, sessão de esclarecimento na UFSC e visita ao Núcleo de Estudos Açorianos, onde pudemos comprovar outras dimensões da pegada açoriana na Ilha. E logo a seguir iniciaram-se as sessões do XIII Colóquio da Lusofonia, que ao mesmo tempo era o V Encontro Açoriano, a se realizar em Açorianópolis até o 9 de abril, organizados pelo camarada e professor Chrys Chrystello e colaboradores.

Explicava o professor Malaca que quando aprendemos uma palavra, aprendemos três cousas: a pronúncia, o significado e a grafia. E que por isso é tão difícil mudar de grafia. E explicava o professor Bechara que toda mudança de hábito provoca um momento de dúvida, reticência e aversão, mas que é natural e faz parte do processo de aprendizagem.

A Lagoa da Conceição, água doce quase a beijar a água salgada, foi testemunha das conversas com Rosângela e Márcia, do IPOL. E entanto o debate sobre a língua comum acontecia, muitas noites derramaram músicas de fado e de choro, melodias galegas e irlandesas, abraçando o pentagrama de geografias dos Bardos atlantes de aquém e além mar.

E, no fim, regressavam as galegas à sua terra de origem e de porvir, com um pedaço da Ilha da Fantasia prendido nos corações. No peito a lembrança dos guarani, guardiães dos espíritos celtas. Na boca o hino da Lusofonia, criado para sincronizar todas as vozes, e na frente o pensamento crescido já em mata atlântica, selvática, prolífica.

Volvíamos e já não éramos as que éramos. Connosco as frutas, as lagoas, as margens, as praias, os alentos, os sotaques, os abraços, os sorrisos, o mel, os livros prolongando o ronsel de lembranças sobre os morros e sobre as ondas. E sim, regressamos à Galiza, oceanos a nos concentrar na fonte primeira, em retorno eterno, alimentando a luz dos ciclos do tempo e a flor marinha dos prodígios.

~ ~ ~

Ainda em Lisboa ou já em Lisboa? Aguardando o voo para o Porto. Um instante solitário entanto o resto da Comitiva passeia pelos corredores, na alfândega ou na bagagem.

Estou já na Europa? Nas internacionais e monocromáticas paisagens dos aeroportos é difícil sabê-lo. Mantenho nos ouvidos todas as cores da língua, que já domino sem pensar. Percebo a amabilidade do catarinense, o humor do açoriano, a sentença da lisboeta, a confiança do transmontano. A modernidade da paulista, a singeleza do moçambicano. Fiquei com inveja da carioca mas foi por não ter tempo para percorrer Copacabana, e depois Ipanema, que se alongavam, mimosas, na costa do Pão de Açúcar.

Todos esses galegos vivem já em mim. Ressoam, crescem e saem-me pela boca porque já estou neles, como estou na rianjeira ou no queijo de Arçua. Como estamos na água do mar que nos banha e, ao tempo, lambe as areias tropicais e subtropicais dos galegos do Ibrasil.

Galeria fotográfica no Picassa

(*) Académica, membro da Comissão Executiva da AGLP.

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Crónicas do Brasil (II): A ABL e o Real Gabinete Português de Leitura

ABL e RGPL

Por Concha Rousia

A verdadeira viagem não acaba nunca, e muito menos acaba quando o corpo regressa ao lugar de partida. O meu corpo chegou no dia 12 de Abril, e desde esse dia até o 22 esteve a gravitar por algum lugar afastado de minha consciência. Hoje, dia 22, acordei e vi que tudo estava no seu lugar. Beijei minha filha, ouvi cantar o galo da Amaia, e abri as Memórias Inventadas de Manoel de Barros. Bendigo hoje esse nome, ‘Manoel’, com ‘o’, que normaliza os meus amigos da infância e naturaliza as minhas falas.

Os passos foram: Santiago, Vigo, Porto, Lisboa, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, e ainda depois Santa Catarina. Até chegar ao Rio irei por atalhos, pois esta parte da viagem já foi magnificamente contada por Isabel Rei. Chegamos a Brasília como parte da Comitiva Oficial dos Colóquios da Lusofonia, com a chegada do sol. O primeiro café e a cor do ouro nas notas de vinte reais fizeram acordar em mim as mitologias herdadas dos tempos dos avós. A humanidade nos rostos e a grandeza na paisagem marcaram a chegada a um mundo imenso... com a emoção de finalmente me sentir nos braços do Brasil... onde a erva retém a cor da minha infância, e a minha infância vem assim se reencontrar comigo. Percebo que há muito de mim que vai ficar aqui.

Sinto-me em casa, agora que aqueles espanhóis do avião pararam de gritar, noto como este mundo me completa. As árvores piscam suas pétalas para mim. Estou contente, embora carrego uma mágoa... a Galiza vai velhinha, e sem dúvida, vai doente, pergunto-me se nos dará tempo a que o Brasil nos reconheça... ele é tão grande que eu não sei se notará a nossa presença...

De Brasília o atalho, que não era tal, passa por São Paulo. No aeroporto vi duas mulheres que tinha conhecido no passado, só que não saberia dizer se eram índias ou se eram emigrantes das beiras do Minho que seguiam a levar vestimentas antigas e pretas como as minhas... Compreendi que estava no mundo mais amplo e mais profundo dos que já tinha visto... um mundo que reborda vida e energia, onde as emoções e as flores se misturam nos olhos que aprendem a medir hoje distâncias infinitas... um mundo que semelha não caber em si mesmo e porém pode, ao mesmo tempo, acolher os outros todos... Uma paradinha na Estação da Luz permitiu-nos ver o museu da nossa língua... polo caminho uma pessoa à nossa frente perfumava o ar com sons brasileiros da nossa fala... A visita ao museu foi breve, intensa, saí convencida de ter visitado o templo da minha única religião... onde a luz se fez poesia.

ABL e RGPL

Na volta ao aeroporto, com um taxista nordestino que merece menção por nos ter oferecido um curso acelerado de brasileirismo, atravessamos o rio Tietê, que avança para seu destino distanciando-se do mar, a caminho de Minas Gerais, achei que nesse rio havia uma mensagem para esta viagem, mas guardei-a sem abrir... Essa mesma noite deixamos São Paulo para ir dormir a Copacabana. Chegamos tarde, apenas com tempo para comprovar que nas malas continuavam os papéis com o discurso do dia seguinte na Academia Brasileira de Letras. No dia 29 o Professor Malaca Casteleiro, Chrys Chrystello e eu, almoçamos na Academia com Marcos Vilaça, o seu Presidente, o Professor Evanildo Bechara e outros académicos.

As instalações desta centenária instituição combinam, harmoniosamente, funcionalidade e classicismo. Tudo em sintonia com o que representa o Brasil. O almoço transcorreu num ambiente de elegância, sem excesso de formalismo, o que fez sentirmo-nos em casa. Antes da comida vieram as palavras de Marcos Vilaça, a nos dar as boas vindas e nos fazer entrega da medalha da nobre Academia, na que figura em relevo Machado de Assis. As conversas entre os ires e vires ao bufete, até chegarmos ao bolo pernambucano, obra de arte em forma de sobremesa, facilitaram o contato entre todos os assistentes.

Às duas fomos para a sala de conferências onde os assistentes estavam a chegar. Começamos pontualmente, abrindo com as palavras do Presidente, e as do Professor Bechara, coordenador da jornada. Eu fui a primeira no uso da palavra. Foi emocionante, era a minha voz a falar, e era eu, mas não era eu, éramos todos e todas os que nos sentimos sempre ‘nós’ dentro da palavra ‘eu’... mesmo o público era comigo. Lá entre os assistentes, para além da companheira Isabel Rei, os colegas dos Colóquios da Lusofonia, e os académicos da ABL, reconheci três rostos amigos que quero mencionar, pois foi para mim uma alegria imensa os reconhecer entre os das primeiras filas; eles são: Evandro Ouriques, Fabiano Oliveira, e Marcos Crespo, velhos amigos, nossos e da Galiza, agora também irmãos e camaradas...

ABL e RGPL

A seguir falou o carismático presidente dos Colóquios da Lusofonia, o Professor Chrys Chrystello, que sempre me surpreende com seus discursos exatos e capazes de ir além. Finalmente falou Malaca Casteleiro, o mestre do Acordo Ortográfico, ao que sempre me esqueço de agradecer estas suas magistrais aulas. Bechara fechou aquela magnífica jornada na que todo o mundo parecia se sentiu à vontade, e com vontade de que a tarde não passasse... Mesmo que da Academia ainda devíamos ir ao Real Gabinete Português de Leitura, onde nos aguardava António Gomes da Costa para assinar um protocolo de colaboração entre a Instituição que ele preside e a Academia Galega da Língua Portuguesa; ao tempo que os Colóquios da Lusofonia firmaram também um com o Liceu Literário Português do Rio de Janeiro.

A música da Isabel e a poesia (Rosália, Celso Emílio, Guerra da Cal, Avilés de Taramancos...) que eu li, encerraram o dia no Rio de Janeiro, um dia que nunca terá final, e ao que sempre sonharei voltar para poder tomar um café no Villarino, lá onde Vinícius de Moraes e Tom Jobim selaram a sua parceria; lugar onde se ouviu pola primeira vez o termo Bossa Nova que ninguém sabia ao certo o que significava, mas, acabou dando nome ao novo estilo musical que revolucionou e marcou uma era no Brasil e no mundo.

Áudio da sessão na Academia Brasileira de Letras

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Crónicas do Brasil (I): Compostela - Brasília - São Paulo

ImageIsabel Rei (*)

Era meio-dia e chegadas de Compostela duas mulheres arrastavam pelas viguesas ruas uma pesada caixa cheia de livros. As malas que também levavam incomodavam um pouco ao subir e descer dos meios de transporte. Mas eram duas e estavam decididas. Como todo o mundo sabe, duas mulheres decididas podem conseguir qualquer cousa, ainda que o seu propósito naquele momento era tão só chegar ao Sá Carneiro do Porto para apanhar um voo a Lisboa. 

No aeroporto juntava-se uma parte da comitiva que voava para a capital portuguesa a se reunir com os outros acompanhantes, os quais, provenientes de diversos lugares do mapa oficial português, completariam o grupo e juntos embarcariam no aéreo que os transportaria, atravessando quase dez atlânticas horas de oceano, até Brasília, capital da República Federativa do Brasil.

Alvorada do Brasil (Guarulhos)

Alvorada do Brasil (Guarulhos)

As galegas Concha e Isabel pisavam terra brasileira de manhã, muito cedo, no aeroporto de Guarulhos junto dos açorianos e os outros galegos do Sul que conformavam a Comitiva Oficial dos Colóquios da Lusofonia. Convidadas pelo governo brasileiro preparavam-se para participar na Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, organizada pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa, a se celebrar no palácio Itamaraty entre o 25 e o 27 de março.

Nada mais chegar ao hotel a sequência foi tomar banho, vestir-se e sair correndo para o Itamaraty, onde essa mesma manhã teria lugar a Recepção Oficial e a sessão inaugural do evento com a participação dos elementos diplomáticos de vários países lusófonos.

Conferência no Auditório do Itamaraty

Conferência no Auditório do Itamaraty

Depois do almoço iniciaram-se as palestras. E foi durante o espaço destinado às perguntas que começou o movimento das galegas: Distribuídas segundo a disposição do programa, o qual indicava duas salas de conferências simultâneas, intervieram em seis ocasiões, apresentando a Academia Galega da Língua Portuguesa e denunciando a situação linguística da Galiza.

A recepção das suas intervenções foi excelente, tornou-se comum a todas elas uma forte salva de palmas no fim da alocução e, a seguir, conversa e troca de contatos com as pessoas, numerosas, que ficavam interessadas.

Intervenção de Concha Rousia, sala San Tiago Dantas

Intervenção de Concha Rousia, sala San Tiago Dantas

A atividade despregada deu assim produtos extraordinários, sobretudo se temos em conta que o trabalho era feito desde a total falta de apoio governamental galego ou espanhol, de maneira voluntária e sem mais recompensa que a da presença galega nesses foros onde se debateu, ao mais alto nível, o futuro mundial da Língua Portuguesa. Essa presença significou a continuação da mantida no passado em duas ocasiões (Rio de Janeiro, 1986 e Lisboa, 1990) pela Delegação de Observadores da Galiza, reiteradamente ignorada, desprezada e silenciada na nossa terra, mas da que tinham conhecimento e lembrança os diplomatas lusófonos.

Brasília

Brasília

As idas e vindas do hotel ao Itamaraty davam para tirar alguma foto e repor forças no shopping ao lado. Brasília é uma capital jovem que cumpre cinquenta anos em abril de 2010 e foi construída organizadamente: os residenciais numa zona, os edifícios administrativos noutra, os hotéis noutra diferente. As diferentes zonas estão comunicadas por o que para os galegos seriam grandes autoestradas de várias faixas de circulação e para os brasileiros são estradas normais, necessárias para sustentar o volume de viaturas que diariamente cruzam a cidade. A aparência dos arranha-céus ao longe tocados de brancas nuvens demorando-se maininho no céu brilhante tem a ver com o grande espaço que a cidade contém, as ruas amplas, a atividade nos centros comerciais e a vida ultramoderna que, em geral, vivem os seus habitantes.

Depois da adrenalina empregada nos dous dias de congresso, e felizes com os resultados, lá foram as galegas e toda a Comitiva dos Colóquios para Guarulhos novamente, pegar um voo a São Paulo de manhã e assim poder cumprir com a visita guiada ao Museu da Língua Portuguesa.

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No trajeto do aeroporto paulistano ao Museu, sito na céntrica Estação da Luz, tiveram a sorte de ser conduzidas por um espectacular taxista nordestino que explicou extenso e irónico as vicissitudes da política brasileira, entanto eram acompanhadas pelo longo rio Tietê que junto delas ouvia o relato sem desviar-se do percurso, diz que em direção contrária ao mar...

O formoso Museu da nossa língua ocupava uma parte do antigo edifício da estação de trem e oferecia projeções de vídeo, painéis explicativos da história das línguas, jogos interativos, exposição de erros comuns entre os falantes de língua portuguesa, e havia muita música e poesia. Uma projeção audiovisual mostrava um planetário em que os poemas apareciam e se entrelaçavam em cúmulos, nebulosas e constelações de estrelas. O Museu mostrava o universo da língua a se abrir aos presentes, onde ainda chegava a luz da remota Martim Codax, gigante vermelha dos céus da arte antiga, molhando o coração brasileiro com as águas do mar de Vigo.

Mas fora isso, observaram as galegas pouca Galiza. Não lhes chegou a que havia. O Museu tinha Galiza medieval, mas não havia nada de como os galegos foram submetendo a sua cultura aos ditados alheios, nem havia notícias do hoje, dia em que a Galiza observa altos cargos e professores universitários a debaterem se o Galego deve morrer cozido ou assado.

Painel no Museu da Língua Portuguesa

Painel no Museu da Língua Portuguesa

Pois, entanto cozidos ou assados, duas mulheres puseram os pés em Brasília, capital do Brasil, potência emergente, titã da poderosa língua dos galegos, cheia de variados acentos e sotaques, o netinho galego mais querido. Lá falaram as galegas com bom senso e correção idiomática, e foram ouvidas por embaixadores, ministros e outros diplomatas. Partilharam almoços e conversas com todo tipo de pessoas que as abraçaram e trataram como iguais por fazer o que é natural nos galegos: cultivar e defender a nossa língua que ali chamam, sem nenhum preconceito, de língua portuguesa ainda que o número de cidadãos portugueses seja ridículo em comparação com o total de falantes da língua, que vai dos descendentes de todos os cantos da Europa até aos índios guaranis passando pela população de ascendência africana. Todos falando galego, com acento, isso sim.

O mundo está mudando para os galegos a velocidade vertiginosa. Talvez no Museu da Língua Portuguesa admitiriam alguma colaboração para completar as suas informações sobre a Galiza. Se for esse o caso: Que Galiza deverão mostrar os galegos em São Paulo? Aquela tolheita e isolada pela sinistra Espanha antigalega, aquela que não aprende língua portuguesa e por isso não pode dialogar fluentemente com o Brasil? Ou aquela Galiza desperta, desinibida, segura de si, que usa a via da comunicação sem interferências nem complexos, que pega o caminho da modernidade pela autoestrada da Língua Comum?

Exposição no Itamaraty

Exposição no Itamaraty

Crónica fotográfica no Picasa

(*) Académica, membro da Comissão Executiva da AGLP.

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