Valentim Paz-Andrade, vice-presidente da Comissão para a Integração da Língua da Galiza no Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro em 1986
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Em poucos ou nenhum dos merecidos panegíricos dedicados à figura do político e intelectual galeguista Valentim Paz‐Andrade, que nestas datas assulagam os meios de comunicação com motivo da sua homenagem no ritual Dia das Letras Galegas, falam ou falarão da sua participação como vice‐presidente da Comissão para a Integração da Língua da Galiza no Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro (1986).
Valentim Paz-Andrade
Em poucos ou nenhum dos merecidos panegíricos dedicados à figura do político e intelectual galeguista Valentim Paz‐Andrade, que nestas datas assulagam os meios de comunicação com motivo da sua homenagem no ritual Dia das Letras Galegas, falam ou falarão da sua participação como vice‐presidente da Comissão para a Integração da Língua da Galiza no Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro (1986).
A presença duma Delegação Galega no “Encontro Internacional para a Unificação da Língua Portuguesa”, celebrado no Rio de Janeiro do 6 ao 13 de maio de 1986 na sede da Academia Brasileira de Letras, é um fato histórico e fundamental que não deve ser mais nunca ocultado às galegas e galegos. O objetivo de dito encontro foi proceder à unificação ortográfica da língua comum nas suas diferentes variantes para a reduzir a uma só norma ortográfica, com respeito dos falares e linguajares de cada país e de cada realização própria a partir da criação duma norma ortográfica padrão que servisse como língua de cultura para todo o Sistema Linguístico Comum.
Junto com a delegação da Galiza, integrada por entidades privadas não governamentais, reintegracionistas, participaram as delegações de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, e São Tomé e Príncipe.
O governo brasileiro, como anfitrião organizador do Encontro, cursou convites às delegações estrangeiras e também para o presidente da “Comissão para a integração da língua da Galiza no Acordo Ortográfico”, o professor Ernesto Guerra da Cal que, impossibilitado de assistir à última hora, delegou no professor Isaac Alonso Estraviz, no escritor e jurista J.L. Fontenla e na catedrática Adela Figueroa, membros intervenientes no Encontro como Delegação da Galiza.
Esta Delegação da Galiza fez entrega de dous documentos de adesão ao Acordo, o primeiro, no início do Encontro em nome da “Comissão para a Integração da Língua da Galiza no Acordo Ortográfico” e o segundo no encerramento, em nome da própria “Delegação da Galiza interveniente no Encontro Internacional”.
Produziu‐se, por iniciativa dos países africanos e com a adesão do Brasil e Portugal, uma moção especial de agradecimento à delegação galega pela sua presença contínua no Encontro.
Para assistir ao Encontro, a Comissão da Galiza ofereceu lugares à Real Academia Galega, à Associaçom Galega da Língua, e fez gestões com o Presidente da Xunta da Galiza naquela altura, Fernández Alvor, e com os conselheiros de cultura e educação. Infelizmente nenhum respondeu a estas gestões nem tão sequer por simples cortesia. Só o Conselheiro de Cultura escreveu à Comissão manifestando que o problema plantejado da intervenção da Galiza no Encontro Internacional da Unificação Ortográfica era competência da Direção Geral de Política Linguística, alheia ao seu departamento, cousa com a que não concordou a Comissão, como demonstra a presença dos Ministros de Cultura dos países intervenientes no Encontro.
A Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, da que fizeram parte os falecidos Valentim Paz‐Andrade, Ernesto Guerra da Cal, e Jenaro Marinhas del Valhe, entre outras personalidades, negociou os dous Acordos Ortográficos de 1986 (Ortografia Simplificada) e de 1990 (Ortografia Unificada) com a categoria de “entidade privada não governamental legalmente reconhecida”, o que foi aceite pelos países lusófonos em causa, após as negociações pertinentes nas distintas embaixadas africanas, do Brasil e de Portugal.
Ditos Acordos continuam hoje em vigor, e graças a esse fato histórico a comunidade lusófona da Galiza pode se orgulhar de ter feito parte naquela altura duns Acordos para a unificação ortográfica dos que poder usufruir no presente e futuro para favorecer a sua pervivência e vitalidade, operando como uma variante mais do sistema linguístico comum.
Foram membros da COMISSÃO os citados a seguir:
Presidente
Prof. Ernesto Guerra da Cal ‐ Prof.Emeritus da Universidade de Nova IorqueVice-presidentes
Dr. Valentim Paz‐Andrade, da Real Academia Galega
Dr. J.L. Fontenla Rodrigues, Presidente das Irmandades da Fala da Galiza e PortugalVice-presidente segundo
Jenaro Marinhas del Valle, da Real Academia GalegaSecretário
Prof. António Gil Hernández, da Universidade de SantiagoVice-secretário segundo
Prof. Isaac Alonso Estraviz, das Irmandades da Fala da Galiza e PortugalMembros da Comissão
Dr. Carlos Durão, das Irmandades da Fala da Galiza e Portugal
Prof. Tibério Feliz, Presidente da Associação Pedagógica Jornadas do Ensino da Galiza e Portugal
Profa. Adela Figueroa, Catedrática de Ciências e Co‐Diretora da Revista Galaico‐Portuguesa O Ensino
Prof. José‐Martinho Montero Santalha, das Irmandades da Fala
Prof. José Paz, da Universidade de Santiago e da UNED ‐ Universidade à Distância ‐ Presidente da Associação Sócio‐Pedagógica Galaico‐Portuguesa
Prof. J. J. Santamaria, da Universidade de Santiago
Prof. Xavier Vilhar Trilho, da Universidade de Santiago.
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