Academia Galega da Língua Portuguesa recebe novos académicos correspondentes
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O próximo dia 5 de outubro de 2012 terá lugar na cidade de Ourense a cerimónia de posse dos novos académicos correspondentes da Academia Galega da Língua Portuguesa. O ato reveste uma especial importância por tratar-se da entrada na instituição galega, criada em Santiago de Compostela em 2008, de algumas das personalidades de maior relevância internacional no estudo, divulgação e defesa da língua portuguesa.
Medalha da Academia será entregue
aos novos membros da instituição galega
O próximo dia 5 de outubro de 2012 terá lugar na cidade de Ourense a cerimónia de posse dos novos académicos correspondentes da Academia Galega da Língua Portuguesa. O ato reveste uma especial importância por tratar-se da entrada na instituição galega, criada em Santiago de Compostela em 2008, de algumas das personalidades de maior relevância internacional no estudo, divulgação e defesa da língua portuguesa.
A cerimónia terá um marcado carácter simbólico com a imposição da Medalha da Academia e diploma aos novos membros da instituição galega, que tomarão posse com uma intervenção em presença do pleno dos académicos e diversas personalidades do mundo da cultura e a universidade da Galiza. Terá lugar no Auditório Municipal de Ourense, às 18 horas, sob o patrocínio deste concelho, em paralelo com o XVIII Colóquio da Lusofonia que se realiza no mesmo lugar de 5 a 7 de outubro.
Previamente os novos correspondentes da AGLP serão recebidos pela Presidente do Concelho de Ourense, Margarita Martín Rodríguez, num encontro privado em que se farão patentes as intensas relações históricas, culturais e linguísticas entre os territórios e países representados.
Os novos académicos correspondentes, em número de oito, são os professores brasileiros Evanildo Bechara e Evandro Vieira Ouriques, o professor australiano Chrys Chrystello, os professores portugueses Adriano Moreira, João Malaca Casteleiro, Carlos Reis e Eugénio Anacoreta Correia, e a professora galega Maria Dovigo. Na mesma cerimónia será distinguido como Académico de Mérito o Dr. José Luís Fontenla Rodrigues, pela sua prolongada e intensa trajetória de defesa da Galiza e a língua portuguesa.
Evanildo Cavalcante Bechara, que irá proferir o discurso de aceitação em nome de todos os novos correspondentes da AGLP, é um dos mais importantes gramáticos e lexicógrafos da língua nascida na velha Gallaecia. Entre a sua extensa obra destaca a Moderna Gramática Portuguesa, a de maior divulgação no espaço lusófono. É também copresidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da Academia Brasileira de Letras, tendo coordenado a quinta edição do Vocabulário Ortográfico, publicado em 2009, adaptado ao Acordo Ortográfico de 1990. Discípulo de M. Said Ali, de quem tem destacado a sua importância, ocupa atualmente um lugar de responsabilidade na equipa diretiva da Academia Brasileira de Letras.
Evandro Vieira Ouriques é Coordenador do NETCCON - Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre suas publicações estão o livro Diálogo entre as Civilizações: a experiência brasileira, que organizou para a ONU e a UNESCO em 2002 e Direito à Comunicação e Indicadores do Desenvolvimento da Mídia. Pelo seu trabalho pioneiro e de ampla envergadura, recebeu o Prémio de Melhor Académico do Mundo, o Best Scholar 2010, do Reputation Institute, de Nova York.
José Chrys Chrystello é um escritor, jornalista e professor australiano nascido em Portugal. Conta com uma longa trajetória e experiência em projetos culturais em diversas partes do mundo. Como jornalista desempenhou um papel destacado na etapa da ocupação indonésia de Timor-Leste, tendo sido a voz que transmitiu ao mundo o relato da tragédia do povo timorense, divulgado anos mais tarde no seu livro Chrónicaçores: Uma circum-navegação. É o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, único foro de debate e divulgação realizado anualmente em Portugal, desde 2001, sobre questões de língua portuguesa.
Adriano José Alves Moreira é uma das personalidades mais influentes na recente história de Portugal, com uma ampla trajetória como político e professor em diversas universidades. Estadista, deputado e advogado, é um autor prolífico com livros de referência no terreno da teoria política e as relações internacionais. Doutor Honoris Causa pela Universidade Aberta, Universidade da Beira Interior, Universidade de Manaus, Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo, Universidade do Rio de Janeiro, e Universidade da Bahia. Foi nomeado recentemente sócio honorário do Movimento Internacional Lusófono. Membro de diversas instituições culturais portuguesas como a Sociedade de Geografia, é também presidente da Academia das Ciências de Lisboa.
João Malaca Casteleiro é um dos mais importantes lexicógrafos da língua portuguesa. Foi o coordenador científico do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa publicado em 2001, tendo sido Presidente do seu Instituto de Lexicologia. Coordenou também a versão portuguesa do Dicionário Houaiss. Em 2009 orientou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora, sendo o primeiro a incluir um contributo lexical da Galiza, facilitado pela Academia Galega da Língua Portuguesa. Atualmente continua a sua atividade docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, coordenando também projetos de envergadura como o Dicionário Ortográfico e de Pronúncias, de próxima publicação. Foi um dos representantes portugueses no encontro que deu lugar ao Acordo Ortográfico de 1990, realizado na Academia das Ciências de Lisboa. É um dos maiores defensores da aplicação das novas regras ortográficas, que ajudou a conhecer e divulgar com diversas publicações e inúmeras palestras por toda a geografia portuguesa.
Carlos António Alves dos Reis é catedrático da Universidade de Coimbra. Tem sido professor convidado em diversas universidades, entre outras Santiago de Compostela e Salamanca, além de ministrar regularmente cursos de Literatura Portuguesa em universidades brasileiras, Em 1988 foi um dos fundadores da Universidade Aberta em Portugal, da qual foi reitor até 2011. Tem coordenado a Edição Crítica das Obras de Eça de Queirós, na sequência do profundo estudo do espólio do autor de Os Maias, depositado na Biblioteca Nacional, da qual foi diretor entre 1998 e 2002. Carlos Reis foi, também, presidente da Comissão Nacional e da Comissão Executiva para as Comemorações do Centenário de Eça de Queirós, em 2000 e 2001 e presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, entre 1999 e 2002.
Eugénio Anacoreta Correia foi embaixador de Portugal em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe e Presidente do Instituto de Cooperação Portuguesa. Atualmente preside ao Observatório da Língua Portuguesa, entidade com sede em Lisboa que realiza um trabalho de estudo, divulgação e dinamização do português em vários países, contando atualmente centros de atuação em Cabo Verde e Angola.
Maria Seoane Dovigo é licenciada em Filologia Hispânica pela Universidade da Corunha, sendo atualmente docente do ensino público em Portugal. Conta com uma ampla trajetória cultural e de divulgação da cultura e escritores galegos em Portugal, tendo dado palestras e publicado estudos em diversas revistas de ampla divulgação. Atualmente é colaboradora da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da AGLP, membro da Associação Cultural Pró AGLP e do Conselho Consultivo do Movimento Internacional Lusófono.
José Luís Fontenla Rodrigues é advogado, escritor e presidente das Irmandades da Fala da Galiza e Portugal, além de diretor das revistas Nós e Temas do Ensino. Na sua dilatada e intensa carreira em prol da língua e cultura da Galiza participou na criação de diversos projetos culturais como o semanário A Nosa Terra e a Associação Sociopedagógica Galega. Ator fundamental no movimento lusófono, assistiu como membro da Comissão Galega ao Acordo de 1986 no Rio de Janeiro. Foi o principal ator da Comissão de Observadores Galegos participante no Acordo Ortográfico de 1990, em Lisboa, graças à qual a Galiza teve um reconhecimento pela primeira vez num tratado internacional como território lusófono.
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