"101 Falares com Jeito", de Fernando Vásquez Corredoira
- Escrito por: AdminWeb
Apresentação pública do novo trabalho do académico da AGLP
no dia 25 de julho, às 21h15, em Santiago de Compostela
PGL - A mais recente novidade da ATRAVÉS|EDITORA é o livro 101 Falares com Jeito, de Fernando Vásquez Corredoira. Será apresentado publicamente na próxima segunda-feira, dia 25 de julho, às 21h15, na Galeria das Letras do Festigal (Compostela), e proximamente estará na Imperdível.
Esta obra é continuação da série de artigos que Corredoira publicou no Velho PGL entre 2002 e 2008. Foram 70 entregas em que o professor corunhês deu numerosas dicas para melhorar nos usos linguísticos e expurgar castelhanismos do nosso idioma.
Como assinalava Corredoira no artigo que iniciou a série e que integra agora o prefácio de 101 Falares com Jeito:
A ação da influência do castelhano sobre a nossa língua é devastadora. Os campos léxicos e semânticos que sofreram de forma mais acentuada a invasão castelhana (eclesiástico, legal, educativo, científico, comercial, industrial, técnico e mediático) recobrem exatamente as áreas da vida social das quais o galego (quer dizer, as pessoas que falavam galego) foi excluído ou nem chegou a participar. Esta invasão acabou por atingir tal intensidade que «nalguns casos os galego-falantes espontâneos são incapazes de reconhecer algumas palavras tradicionais como galegas, e consideram o castelhanismo substituto como autenticamente galego». [H. Monteagudo e A. Santamarina, "Galicia and Castilian in contact: historical, social and linguistic aspects"]
Diante disto, Corredoira interroga-se acerca de várias questões:
Só «nalguns casos»? Apenas «palavras»? Unicamente os «falantes espontâneos»? E, mais fundamentalmente, são os galego-falantes, espontâneos ou não, capazes de reconhecer o lugar que ocupa a sua língua entre os falares peninsulares? Supeito que, no fundo, deveríamos admitir a nossa ignorância sobre o que é um «castelhanismo»? Ou, por outras palavras, será que sabemos bem o que é «authentically Galician»?
Falar com Jeito naquela altura, e agora 101 Falares com Jeito, «é um instrumento que resulta de uma conceção ecuménica do galego», enquanto que parte a integrar no espaço da língua comum: «a língua portuguesa, assim dita e conhecida porque foi a nação portuguesa que a tornou língua nacional e internacional». Esta visão da nossa língua e de nós mesmos «já não é nenhuma novidade. Aqui damo-la por ponto assente, por puro instinto de sobrevivência», aclara.
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