Santos Júnior e os Intelectuais Galegos
- Escrito por: AdminWeb
Meendinho publica último trabalho do professor Isaac Alonso Estraviz,
com o apoio da Deputação e do Concelho de Ourense
Fruto do trabalho de pesquisa e investigação do professor Isaac Alonso Estraviz, vice-presidente da AGLP, e sob a chancela da Fundaçom Meendinho acaba de sair do prelo Santos Júnior e os Intelectuais Galegos, um epistolário apaixonante, o mais extenso e completo dos que se têm publicado entre galegos e portugueses e muito interessante para o conhecimento da intra-história da Galiza.
Santos Júnior foi um dos portugueses que mais amou Galiza de palavra, por escrito e na realidade. Esteve na homenagem em Lobeira a Joaquim Lourenço e nos atos da Deputação ao nomearem filho predileto. Esteve muitas vezes em Santiago de Compostela. Foi do Seminário de Estudos Galegos, e da RAG.
Foi, igualmente, um investigador científico humanista. Como diretor dos Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnografia, convidava, e quase obrigava, os galegos, alguns ainda estudantes, a que apresentassem colaborações e louvava abertamente todos os que achava interessantes.
Na transcrição das cartas respeitou-se o original com todo tipo de gralhas ou erros. Nos poucos casos em que foram corrigidos, adverte-se em nota a rodapé. Isso, a sua ortografia, também faz parte dos problemas presentes da recuperação da língua seguindo o do programa de Rodrigues Lapa, que o reintegracionismo todo e a Meendinho levam a cabo.
As primeiras cartas que conhecemos são da década dos anos trinta. A primeira de Florentino López Alonso-Cuevillas é de 2 de janeiro de 1931. Ignoramos como foi o seu conhecimento, mas polas suas cartas sabe-se que se relacionava com Rui Serpa Pinto: “Nos curtos dias que convivin co noso Rui Pinto no Porto e Guimarães e na nosa longa e frecuente correspondencia aprendera a estimar as suas coalidades escepcionaes de talento, erudición e carácter” (carta 7). Joaquim Lourenço contatou com Santos Júnior através de Cuevillas e a primeira carta que conhecemos é do 12-VI-1933. De António Fráguas (24-VIII- 34), Filgueira Valverde (7-IX-1934), Vicente Risco (17-XI-1935), Bouça Brei (5- XII-1935). As outras são da década dos cinquenta para a frente.
A Fundaçom Meendinho com este livro, está fazendo um «importante contributo ao conhecimento da nossa realidade cultural», na qual «sempre ocupa um lugar de referência o mundo lusíado, criação em palavras do historiador português Alexandre Herculano "do génio galego"». É a Galiza quem tem que arranjar o seu futuro -por si própria e em em todos os campos-, «mas ontem como hoje temos aí Portugal e todo o mundo lusófono, que fazem a nossa grande vantagem comparativa, e o caminho certo da nossa recuperação nacional integral», indicam da Fundaçom.
Da Meendinho assinalam que com este livro pretendem achegar a todos e todas uma documentação que é muito difícil de achar, que é boa mostra de como na cabeça dos vultos galegos sempre pairava Portugal como um ensejo, de como em Portugal sempre houve apoios e ânimos generosos, e que «muitas vezes foram mais problema, as nossas limitações que a sua vontade, apreijados como estamos não poucas vezes, na visão regionalista espanhola que nos baliza e minora». Os documentos que vão neste livro vão significar mudanças importantes na perceção da nossa intra-história cultural, e por isso o esforço feito pela Meendinho com a publicação.
A Meendinho «que não procura ganhos e sim fazer cousas úteis para a Galiza e o seu povo», põe o livro a disposição dos seus amigos e amigas ao preço de custe -num livro de 800 páginas-, de 15 €.
+ Mais informação:
Notícia no Portal Galego da Língua
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