A Academia Galega da Língua Portuguesa publica os vídeos dos atos de tomada de posse da académica de número Teresa Moure Pereiro, que teve lugar na Casa da Língua Comum de Santiago de Compostela, o dia 17 de junho de 2017 O evento contou com a presença do Subdiretor Geral de Ação Exterior e de Cooperação Transfronteiriça do Governo Autónomo da Galiza, Xosé Lago, representação da AGAL com o seu Presidente, Eduardo Sanches Maragoto, da Associação de Docentes de Português na Galiza, pela sua presidente Antia Cortiças Leira, e numeroso público assistente.
O presidente da AGLP, Rudesindo Soutelo, apresentou a homenageada, professora de Linguística Geral da Universidade de Santiago de Compostela, cidade onde mora, indicando como méritos o facto de ser uma escritora polifacética de reconhecido prestígio, sendo que as suas publicações académicas incluem diversas linhas de investigação como a sociolinguística, etnolinguística, universais da linguagem e diversidade das línguas, e teoria feminista e linguagem.
No seu discurso de aceitação, a professora Teresa Moure foi desenhando o mapa identitário pessoal, autobiográfico, e o da Galiza, com percursos descritivos e críticos do mundo intelectual e a sua relação com a questão da língua, entre recursos literários do ficcional à heteronímia.
Dizendo, entre outras afirmações de compromisso, que «a criadora é uma mentirosa desde o início', porque «criar é interpretar, e talvez por isso, mentir». A nova académica citou a «mentira» em vários sentidos e significados, entre outros o da desonestidade intelectual de muitos que vivem do galego como ficção de língua independente do português, por oposição a uma atitude intelectual que procura a «verdade». Com emotividade e traços de autobiografia, o discurso manteve a atenção dos assistentes durante 40 minutos, deixando indicadas linhas de atuação e de reflexão como apelo ao mundo académico à sociedade no seu conjunto.
O discurso de aceitação correu a cargo do académico Mário Herrero, quem deu as boas vindas à nova colega, perguntando-se pela compatibilidade entre o ser académica e a rebeldia, falando das marginalidades, culturais e inteletuais. Refletindo sobre a função da Academia civil, independente, soberana, demasiado masculina, afirmando que «sempre é necessária um bocadinho mais de autocrítica». Assinalou como grande mérito de Teresa Moure ter tido a coragem de abandonar "a faixa central de rodagem da cultura galega legitimada institucionalmente». Assinalou ainda duas características da nova académica: «Uma magnífica prosa ficcional e uma vontade de ferro».
Seguidamente o presidente da Academia, Rudesindo Soutelo fez entrega do diploma e medalha da Academia a Teresa Moure, que agradeceu.
Para finalizar a jornada, teve lugar um ato literário com declamação de poesia, aberto à participação do público assistente, em que participaram, por esta ordem, Concha Rousia (organizadora do recital), José-Martinho Montero Santalha, Ângelo Cristóvão, Luís Gonçales Blasco, José Manuel Barbosa, Crisanto Veiguela Martins, Ângelo Brea, José Ramom Pichel, Mário Herrero, Antia Cortiças Leira e Aurelino Costa.Tomada posse Teresa Moure Pereiro.
LISTA DE VÍDEOS