Parlamento da Galiza toma em consideração por unanimidade a ILP "Valentim Paz Andrade"
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O Parlamento de Galiza vem de tomar em consideração o trámite da ILP 'Valentim Paz Andrade' avalizada por mais de 17.000 assinaturas, recolhidas no seio da cidadania galega, e que contou com o apoio unánime dos quatro grupos parlamentares atuais.
Mais de 17.000 assinaturas avalizaram o pedido de promover
o acesso dos galegos ao universo de língua portuguesa
e um maior relacionamento com a Lusofonia
O Parlamento de Galiza vem de tomar em consideração o trámite da ILP 'Valentim Paz Andrade' avalizada por mais de 17.000 assinaturas, recolhidas no seio da cidadania galega, e que contou com o apoio unánime dos quatro grupos parlamentares atuais.
Este sucesso histórico abrange todos os partidos e organizações que trabalharam arreu na recolha das assinaturas, nomeadamente todo o movimento reintegracionismo, que desde já longa data, fez possível este clima recetivo, começando polo professor Lapa (que muito insistiu sempre no ensino do português nos nossos liceus), e continuando por Guerra da Cal, Carvalho Calero, a Associação de Amizade Galiza-Portugal, a AGAL, as Irmandades da Fala, a Associação Sócio-Pedagógica Galega, as Jornadas do Ensino Galego-Portuguesas, o MDL, a AGLP, a Pró-AGLP e, em geral, todo o associacionismo de base cívica e todas as pessoas a nível individual que trabalharam na campanha e mantiveram durante todos estes anos a chama acessa.
O qué a ILP Valentim Paz Andrade?
A iniciativa procura uma série de medidas que facilitem o acesso dos galegos ao universo de língua portuguesa e um maior relacionamento com a Lusofonia.
Entre as propostas do articulado aparecem a progressiva incorporação do português no ensino, o fomento da participação das instituições e empresas galegas nos foros económicos, culturais e desportivos lusófonos, a receção aberta das televisões e rádios portuguesas e o reconhecimento desta competência linguística para o acesso à função pública.
Os promotores explicam na exposição de motivos da proposta que «a nossa língua outorga uma valiosa vantagem competitiva à cidadania galega em todas as vertentes, nomeadamente a económica, desde que disponhamos dos elementos formativos e comunicativos para nos desenvolver com naturalidade no seu modelo internacional». Alcançado o objetivo de superar a 15.000 assinaturas requeridas, a Comissão Promotora destaca a sensibilidade das galegas e dos galegos para a proximidade ou unidade —em função da perspetiva— da língua falada na Galiza e as restantes falas lusófonas, permitindo a consecução dos apoios necessários.
Apresentada no Parlamento em 16 de maio de 2012, a proposta une-se ao espírito da comemoração de Valentim Paz-Andrade, que, para além ser um dos principais impulsores da moderna indústria pesqueira galega, foi também vice-presidente da Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que possibilitou a participação da Galiza nas reuniões para o acordo ortográfico da língua portuguesa que decorreram no Rio de Janeiro (1986) e Lisboa (1990). A presença galega nesse acordo ficou registada no tratado internacional resultante, com uma menção à delegação de observadores da Galiza no primeiro parágrafo e a inclusão das palavras «brêtema» e «lôstrego» na descrição das normas acordadas.