III ROTEIRO PELA GALLAECIA SUEVA (Braga, 23 de outubro).
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Texto de Irene Veiga (do Conselho Diretivo da Ass. Pró-AGLP).
No passado sábado, 23 de outubro, na cidade de Braga, a pró-AGLP, junto com a AGLP, as associações BRAGA+, CARRILEIROS, a iniciativa DTS e o grupo REINO DA GALIZA organizaram o III ROTERIO PELA GALLAECIA SUEVA na sua primeira parte (no mês de março, teremos a segunda parte, em terras de Ourense). Participaram por volta de trinta pessoas dos dous lados da raia que nada separa.
Assistimos no encontro a um afetuoso convívio, com vivas mostras de interesse pelas ligações que nos unem através da língua, a cultura e a história comuns. As pessoas portuguesas compreenderam em todo momento que o nosso jeito de falar era a variante galega do português e a comunicação fluiu sem qualquer problema. Nós, galegos/as percebemos uma grande solidariedade com a Galiza e um conhecimento da história e da língua que nos serviu para recarregar energias e nos deu força para continuar com o nosso projeto, que é também um projeto de vida.
Seguindo fielmente o programa previsto e aproveitando as excelentes condições meteorológicas, com um alegre sol que nos acompanhou durante toda a jornada, marcamos visitas ao museu de arqueologia D. Diogo de Sousa, o qual preserva, documenta, valoriza e divulga a história da ocupação humana do território do Noroeste português desde a Pré-História até à Idade Média, em particular da ocupação romana e da cidade de Bracara Augusta; à Torre de Menagem da cidade de Braga, monumento nacional desde 1910, é quase só o que resta do antigo castelo da cidade e conta com uma completa exposição sobre a origem e evolução histórica de Braga. Depois deslocamo-nos até o monte da Falperra para visitar a Estação Arqueológica de Santa Marta das Cortiças, local onde ficam restos de uma basílica e um palácio (provavelmente, o palácio real) da época sueva. A continuação do percurso levou-nos até a capela de São Frutuoso de Montélios, edifício de feitura pré-românica, cruz grega, com influência bizantina e arcos de ferradura, semelhantes aos de Santa Comba de Bande e Santa Eulália de Bóveda, na Galiza. Finalmente visitamos o Núcleo Museológico de Dume (Sé de São Martinho); esta unidade museológica, tutelada pela Junta de Freguesia de Dume, tem como objetivo a preservação, valorização e divulgação das ruínas arqueológicas ali existentes, com particular destaque para os vestígios da Basílica sueva de Dume, bem assim como, do Sarcófago de S. Martinho.
Depois de concluído o roteiro oficial, ficamos em companhia de um grupo de amigos e amigas bracarenses cujo contacto recuperamos quando estivemos a apresentar a banda desenhada CARVALHO, CORAÇOM DE TERRA, na livraria “CENTÉSIMA PÁGINA”. Com eles celebramos o sucesso do roteiro e a nossa amizade e a cumplicidade de sermos galegos/as de cá e de lá. Combinamos para nos voltar a ver no fim de semana do 6 e 7 de novembro, para fazer um percurso por algumas vilas de Ourense e participar no magusto da ARCA DA NOE, no domingo, o qual será um convívio galaico-português.
As relações que se estabelecem entre as pessoas de cá e de lá são tão importantes para fundamentar os alicerces da verdadeira defesa da língua e a história comum como os que se criam entre as instituições; essa é a minha opinião sobre a realidade em que se devia assentar também a luta cultural no âmbito do reintegracionismo.
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