Lançamento de “Gotas”, da académica Curra Figueroa Panisse, na Feira do Livro do Porto
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O último trabalho da numerária da AGLP, em que dialogam literatura e boas práticas ambientais, foi premiado num certame literário da Galiza e publicado por uma editora portuguesa.
15.08.2024. AGLP
Para as 16:00 horas do sábado, 24 de agosto, está agendado o lançamento de Gotas, a última obra de Curra Figueroa Panisse, numerária da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), na Feira do Livro do Porto. Será no stand da Convergência (o número 44), no Jardim do Palácio de Cristal. O volume foi publicado pela Novembro, a editora oficial da União de Cidades Capitais da Língua Portuguesa (UCCLA) e teve já um lançamento em Lisboa, para além da difusão na Galiza.
A literatura e promover boas práticas ambientais, atividades centrais na trajetória de Curra Figueroa, dialogam neste trabalho, que foi reconhecido com o Prémio de Teatro infantil O Facho, da cidade da Corunha. Está apresentado em edição bilingue, português e espanhol, e acompanha-se com músicas de Xaquin Facal e desenhos de Celsa Sánchez. O livro contém CD com as músicas.
Em palavras de Curra Figueroa, quem é também Vogal de mobilidade da Associação para a Defesa Ecológica da Galiza (ADEGA): “Este livro tenta fazer compreender o ciclo da água para crianças a partir de 5 anos a 80 e daí para adiante. Os poluentes que sujam as águas, são os malandros que perseguem as pinguinhas limpas cachoeiras que a oxigenam, onde as gotas choutam e se divertem, as barragens que a estagnam, mas conseguem dar saída ("que alegria, que alegria cambiamos a noite em dia") e fazem que seus movimentos fabriquem eletricidade, o sol que evapora as gotas e as levanta até às nuvens ("Eu sou Heliodoro, o sol mais dourado, aqueço a terra e os prados"). Tudo discorre como um rio até chegar ao mar, onde um marinheiro queija-se da perda de vida das águas e pede ajuda ao público para manter limpas as águas todas da Terra. As pinguinhas cantam, choutam, fogem dos malandros e nos contam sua história através do ciclo da água na Terra. Que é quem sustenta toda a vida como nós a conhecemos”.
Esta obra tem fundamento didático e também lúdico, acrescenta a autora: “É inclusiva, pois os papéis principais vão sempre acompanhados de coros de pingas, de maneira que o grupo possa todo participar. Assim, vai ser incluída como elemento vertebrador da programação nalgum colégio de Lugo e está a ser ensaiada por um grupo de teatro amador desta mesma cidade para ser representada. Penso que o conhecimento é que permite analisar os problemas para procurar e encontrar soluções eficazes dos problemas. Um muito grave a nível mundial é o estado das águas do planeta, incluindo fontes, rios, regatos e mares. Esta obra tenta conscientizar divertindo, para um uso responsável e respeitoso das águas, que são de todo ser vivo e não vivo”.
Curra Figueroa participa muito ativamente há mais de quatro décadas no movimento do Reintegracionismo da Galiza, que promove una Língua Comum Galego-Portuguesa. Ela tem uma muito volumosa e interessante produção e foi uma das três pessoas (juntamente com Isaac Alonso Estraviz e José Luís Fontenla) que representaram a Galiza no encontro internacional celebrado no ano 1986 no Rio de Janeiro para procurar um novo Acordo Ortográfico para a Língua Portuguesa.