Criação da AICL - Associação dos Colóquios da Lusofonia
Foi criada em 28 de Outubro de 2010, e oficialmente constituída em 6 de dezembro do mesmo ano, a Associação [Internacional] dos Colóquios da Lusofonia.
- Publicado em Info Atualidade
Foi criada em 28 de Outubro de 2010, e oficialmente constituída em 6 de dezembro do mesmo ano, a Associação [Internacional] dos Colóquios da Lusofonia.
Edições da Galiza e a Academia Galega da Língua Portuguesa publicaram recentemente a nova versão dos Cantares Galegos de Rosália de Castro segundo o último Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Esta versão foi realizada e dirigida polo membro da Academia Prof. Dr. Higino Martins Esteves, constando de 248 páginas entre preliminares, texto e notas finais.
Além do seu lançamento nacional em Compostela, o primeiro dos livros publicados da coleção dos Clássicos da Galiza, já foi apresentado nas últimas semanas em Ourense e na Corunha. Agora, esta edição especial será apresentada nesta sexta-feira, 14 de janeiro, em Ginzo de Límia.
O evento terá lugar a partir de 20h00 na Casa da Cultura da capital limiã e nele participarão o vice-presidente da AGLP, o professor e lexicógrafo Isaac Alonso Estraviz, e mais a também académica Concha Rousia. Para a organização deste evento, a Academia Galega conta com a parceria do Centro Cultural Popular do Límia, do Centro Social Aguilhoar e de Edições da Galiza.
Breve resenha do livro
Se alguma vez um livro foi capaz de mudar a trajetória da escrita, da língua e por tanto da imagem que uma nação tem de ela própria e oferece ao mundo é esta obra-prima da nossa enorme Rosália de Castro.
Foi alvorada que abalou em saudades o duro coração dos galegos e rompeu para sempre a tradição de seqüestro noutra língua. Exemplo de tão alegre e melâncolico ritmo demonstrou possível uma literatura galega, radical e moderna, na língua que empregava a gente para cantar e viver, na única em que podiam ser exprimidas todas as subtilezas do ser, toda a complexa, longa e assanhadamente apagada História nacional.
Os Cantares Galegos, nas asas românticas dos lieder, na polêmica céltica dos Barzaz Breiz, em diálogo com as Espanhas de Antonio Trueba, são testemunho e reivindicação da essência poética e musical galega, síntese intensa de leituras, melodias, ares, ditos, ambiente e conversas sobre folclore e nação.
Escritos quando agoniza a I Restauração bourbónica espanhola (1863), num momento em que a Galiza liberal luta pola modernidade, celebrados como bandeira antes da chegada da II Restauração canovista nas Espanhas, são, coincidindo com os sonhos vitais da autora, desafio e desabafo, presente e jogo poético de amor; símbolo e mensagem de uma entusiasta moça dotada de raro talento artístico e tremenda potência intelectual.
Se há um programa é este: o da reivindicação dessa língua familiar e cultura herdada em farrapos, aprendida sem mais escola que a das aldeias e sem gramática de nenhuma classe, que aspira por próprio esforço e constância, em construção permanente desde aquela, a levar o nome de Galiza ao lugar onde lhe corresponde entre as nações da Terra.
Cuidai, que começa...
A Academia Galega da Língua Portuguesa, reunida o sábado 8 de janeiro em Santiago de Compostela, aprovou a proposta da Comissão de Publicações para a edição de 10 títulos dos Clássicos da Galiza no ano 2011, em colaboração com as Edições da Galiza; bem como a criação da Comissão de Gramática.
Cancioneiro foi editado de parceria com aCentral Folque e a AGLP
Neste sábado 8 de janeiro, às 20h30, apresenta-se Ayes de Mi País: o Cancioneiro de Marcial Valladares, o primeiro cancioneiro musical galego com a edição crítica recentemente publicada por José Luís do Pico Orjais e Isabel Rei em Dos Acordes. A apresentação será no Paço de Tor (Monforte). Haverá um recital de guitarra de Isabel Rei interpretando peças do cancioneiro.
O Paço de Tor, nas imediações de Monforte, acolherá a apresentação do 1º cancioneiro galego de música, coletânea de peças populares até agora inédito na sua versão completa. Precisamente nos ambientes da fidalguia pacega foi onde se desenvolveram as sensibilidades e se reinterpretavam estes temas nas soirées ou veladas musicais em meados do século XIX, muito à moda européia nessa altura. Por esta razão haverá um pequeno concerto de guitarra no ato de apresentação.
Marcial Valladares e a sua família, mantinham este costume no seu paço de Vilancosta (Estrada) e fruto das recolheitas de campo sobre o folclore galego e a sua relação com outros inteletuais e músicos da época, conseguiu formar uma colecão de cantigas e melodias muito ricas que nunca foram publicadas na sua integridade e que agora vêem a luz numa exaustiva edição do historiador José Luís do Pico Orjais e da intérprete e investigadora Isabel Rei.
Uma publicação muito completa com uma ampla contextualização histórica e material gráfico, assim como as partituras originais e uma transcrição moderna das mesmas, editada em Dos Acordes de parceria com a aCentral Folque e a AGLP.
Marcial Valladares (1821-1903) foi jornalista, poeta, novelista e lexicógrafo galego. Autor do famoso Diccionario gallego-castellano (1884) com 11.000 entradas que recolheu entre 1850 e 1884, ao que incorporou como referência 240 cantigas e 460 textos em prosa, na sua maioria literatura popular. No ano 1970 a Real Academia Galega dedicou-lhe o "Dia das Letras Galegas". O 'Senhor de Vilancosta' foi, sem dúvida, um dos escritores mais prolíficos do Rexurdimento. Como novelista foi o primeiro em publicar em galego (Maxina ou a filla espúrea), obra inicial da narrativa galega.
José Luís do Pico Orjais, é mestre, músico e historiador. Foi Professor de Teoria e Método do Conservatório Folque de Lalim, fundador do grupo Leixaprén e membro habitual do grupo de Maria Manuela. Autor de numerosas conferências sobre o folclore, tem publicado diferentes artigos em revistas especializadas sobre património musical e historiografia dos cancioneiros galegos, tendo publicado a edição crítica do cancioneiro de Inzenga.
Isabel Rei Sanmartim é professora de guitarra no Conservatório Superior de Música de Santiago de Compostela. Intérprete profissional e internacional (Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal...) e ganhadora de numerosos prémios para o seu instrumento. É académica da Academia Galega da Língua Portuguesa, fazendo parte da sua Comissão Executiva.