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Constituído na Galiza o OBSERVATÓRIO DA LUSOFONIA

Entidades lusófonas galegas como a AGLP, a DPG (Docentes de Português na Galiza) e a AGAL (Associaçom Galega da Língua) fazem parte deste organismo.

O presidente da Xunta de Galicia, que presidiu o ato de constituição, salientou que o número de estudantes de português na Galiza ultrapassa atualmente os 5.000.


AGLP 30/10/2024

No dia de ontem, 29 de outubro de 2024, ficou constituído em Santiago de Compostela (Galiza) o Observatório da Lusofonia "Valentín Paz Andrade", mais de um ano depois de que o Diário Oficial da Galiza (DOG) publicara o decreto que criava e regulava dito organismo, e dez anos depois de que o Parlamento da Galiza aprovara por unanimidade a Lei 1/2014, do 24 de marzo, para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia. Este órgão terá como objetivo “assessorar a Xunta da Galiza, formular planos de ação e desenhar atividades de conhecimento ou intercâmbio”. O Observatório da Lusofonia "Valentín Paz Andrade" será integrado pelas entidades galegas relevantes na relação com estes países, tanto a nível linguístico como noutros domínios.

António Gil, presidente da AGLP, participou no ato de constituição

O Observatório da Lusofonia nasce assim com uma década de atraso, em cumprimento da referida lei, popularmente conhecida como Lei Paz Andrade, que leva o nome da iniciativa legislativa popular que a impulsionou com o apoio de 17 mil assinaturas. A criação do Observatório ocorre também no cumprimento do mandato legal de desenvolvimento regulatório contido no artigo 28.º da Lei 10/2021, de 9 de março, que regulamenta a ação externa e a cooperação para o desenvolvimento da Galiza, com o intuito de “reconhecer e intensificar" os laços com todos os países de língua portuguesa.

O Presidente da Xunta, Alfonso Rueda, comprometeu-se no ato de constituição a dar maior impulso às relações sociais, culturais e económicas com os países de língua portuguesa e defendeu que a Galiza reúne todas as condições para desempenhar um papel relevante como “ponte” entre os países lusófonos no mundo e os países hispânicos. 

O chefe do Executivo galego considerou que a constituição deste órgão servirá para aprofundar as relações entre a Galiza e Portugal e, por extensão, com todos os países de língua portuguesa. Neste sentido, avaliou que a afinidade linguística com o galego constitui uma vantagem competitiva e salientou a necessidade de alargar, especialmente entre os jovens, “a perceção da enorme utilidade da nossa língua” e a “abertura ao mundo que o galego nos dá” através da ligação com a língua portuguesa. Afirmou também que há tempo que a Xunta marcou como prioridade as relações com uma comunidade de falantes com 270 milhões de pessoas, como é a lusófona. Deste jeito, na Estratégia de Ação Externa Galega (EGAEX), aprovada em 2015, o estreitamento dos laços com a Lusofonia já era uma prioridade.

No seu discurso, Rueda lembrou que já existem “mais de 5.000 estudantes na Galiza a aprender português e toda a cultura que tem a ver com a Lusofonia”, número que se comprometeu a valorizar e aumentar. Além disso, lembrou que a entrada da Espanha como Observador Consultivo na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) permite que a Galiza esteja agora presente em grupos de trabalho de especial interesse. No domínio das relações com Portugal destacou particularmente o papel da Eurorregião, citando várias das iniciativas promovidas desde o governo galego para aproveitar os laços com a Lusofonia, como o programa de intercâmbio académico Iacobus ou o cultural Nortear.

O presidente da Xunta defendeu ainda a necessidade de continuar a unir a voz para exigir melhoras que permitam o progresso em ambas regiões, como já foi feito na recente sessão plenária da Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal, mencionando especialmente a ligação ferroviária de alta velocidade entre a Galiza e Portugal como fulcral para continuar a progredir nas sinergias positivas entre ambos os territórios. “Estamos num momento em que teremos que fazer toda a força necessária conjuntamente num interesse comum”, disse.

Da mesma forma, o Conselheiro de Cultura, Língua e Juventude, José López Campos, destacou durante o evento que as relações históricas, culturais e linguísticas entre a Galiza e Portugal “representam uma grande oportunidade para promover o uso do galego”. “Esta é a razão fundamental pela qual o lançamento deste Observatório da Lusofonia Valentín Paz Andrade é particularmente relevante”, defendeu. Além disso, sublinhou que entre as medidas que o seu Departamento irá implementar até 2025 está “incentivar a utilização do galego em toda a sociedade”, bem como achegar a sua importância para a juventude.

No observatório, além dos departamentos da Xunta, estão representadas a Administração Geral do Estado Espanhol, a Administração Portuguesa e os observadores consultivos na Galiza da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), como o Conselho de Cultura Galega (CCG), a Academia Galega de Língua Portuguesa (AGLP), a Associaçom Galega da Língua (AGAL) e a Associação de Docentes de Português na Galiza (DPG). Fazem também parte da entidade a AECT da Eurorregião, a Federação Galega de Municípios e Províncias (Fegamp), o Instituto Galego de Análise e Documentação Internacional, a Fundação Centro de Estudos Eurorregionais Galiza-Norte de Portugal e outras organizações com interesses políticos e sociais, económicos e culturais na Eurorregião Galiza-Norte de Portugal como associação cultural e pedagógica Ponte nas Ondas (PNO).

 

Fontes: 

A Academia das Ciências de Lisboa convida a AGLP para trabalhar conjuntamente e enriquecer o léxico da Língua Comum

António Gil, presidente da AGLP, pôs em destaque os trabalhos realizados nos 16 primeiros anos de andamento da instituição


AGLP 27/10/2024

A Professora Doutora Ana Salgado, presidente do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa (ILLLP-ACL), avançou que convidará a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) para trabalhar conjuntamente e enriquecer o léxico da Língua Comum, em acontecimentos agendados proximamente. Assim o indicou na sua intervenção no Dia da AGLP, o sábado 5 de outubro, em Santiago de Compostela. “Contamos com o vosso apoio e colaboração para continuar a enriquecer a nossa língua e cultura”, afirmou na sua intervenção.

Ana Salgado, quem também é docente e investigadora na Universidade Nova de Lisboa, esclareceu iniciativas e projetos como o Dicionário da Língua Portuguesa da ACL, publicado em edição digital, com mais de 100.000 entradas e por volta de 195 000 sentidos; o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o Dicionário Histórico Biográfico da ACL; o Thesaurus de Ciências da Terra, os dicionários de Ciências da Vida e de Ciências da Terra, e outros da instituição lisbonense. Também pôs em destaque um encontro agendado para o 13 de novembro em Lisboa, em que Ricardo Cavaliere, o responsável de lexicografia da Academia Brasileira de Letras será recebido na ACL, o que favorecerá o diálogo entre ambas as instituições nesta matéria; e um acontecimento previsto em Cabo Verde, em que especialistas da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) trabalharão a respeito da entrada de neologismos na Língua Comum; ou a preocupação sobre a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Integração da Galiza

A que foi a atividade central do Dia da AGLP celebrou-se na sede da instituição, a Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela. Entre as pessoas assistentes estavam os Exmos. Sres. Ángel Rodríguez, Iria Taibo e Patricia Iglesias, deputados no Parlamento de Galiza pelos grupos do PP, BNG e PSdeG-PSOE, respetivamente; Alexandre Banhos, presidente da Fundação Meendinho; e Marinha Area e Mar Lopes em representação da Associaçom Galega da Língua; para além de numerárias e numerários da AGLP e outras pessoas.

O presidente da AGLP, António Gil Hernández, ressaltou na apresentação que a AGLP supõe que haja um tempo anterior e um tempo posterior para a língua da Galiza. Lembrou como antecedentes a Comissão para a Integração da Galiza no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em que se tinham envolvido vultos como José Luís Fontenla, Ernesto Guerra da Cal, Ricardo Carvalho Calero e Valentim Paz Andrade, e que tinham conseguido a presença de representações da Galiza quando se debateram os Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa no Rio de Janeiro em 1986 e em Lisboa em 1990. Neste último, o próprio Gil Hernández foi um dos representantes da Galiza. Também aludiu como antecedente da AGLP à Associaçom Galega da Língua (AGAL). Pôs em destaque como estas duas entidades, juntamente com a Associação Docentes de Português na Galiza, também de orientação lusófona, estão integradas na atualidade como Observadoras Consultivas na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Gil Hernández assinalou assim mesmo como a AGLP, nos 16 anos que leva em andamento, estabeleceu protocolos e colaborações, através da Fundação AGLP, em Portugal e outros países lusófonos, e que busca uma receptividade semelhante também no Reino da Espanha. Na Galiza, neste tempo, para além de ter trabalhado com entidades académicas, universitárias ou simplesmente cívicas, também tem realizado esforços na colaboração com grupos ecologistas e da ação social, acrescentou.

A vice-presidente, Concha Rousia, lembrou como a AGLP estava a celebrar o 16º aniversário –começou o seu andamento em 6 de outubro de 2008–, um tempo que é “a idade do consentimento” e que a trajetória até agora “dá para celebrar”. Lembrou publicações como a edição do Boletim da AGLP, de periodicidade anual; vários livros, entre os quais singularizou a coleção Clássicos da Galiza; e o ter participado ativamente em encontros em países da CPLP como o Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal, ou mesmo em Macau, para favorecer a integração da Galiza no espaço lusófono. Referiu-se à AGLP como “uma entidade privada dedicada ao serviço da sociedade” e como “uma voz que surgiu da sociedade civil para dar asas, dar visibilidade, aos anseios não satisfeitos da nossa sociedade”. Afirmou Rousia que “a integração da Galiza no espaço lusófono está a dar os seus frutos e algumas alegrias”.

Novas incorporações, música e poesia

A professora e escritora brasileira Adrienne Savazoni, na sua condição de académica correspondente da AGLP, lembrou numa palestra, através de videoconferência, a sua descoberta e relacionamento com a Galiza nos últimos anos, pondo em destaque “a sua língua, paisagem e gente” e o ter encontrado nela as “raízes da minha cultura”. Salientou o trabalho com uma das línguas “mais belas, mais musicais e propensas para a poesia”. Agradeceu o ter colaborado com Pedro Casteleiro e Paulo Fernandes Mirás, académicos numerários da AGLP.

Joel R. Gomes tomou posse como novo académico numerário da AGLP, reivindicando na sua intervenção o legado de Ricardo Carvalho Calero como produtor de trabalhos literários e de opinião divulgados na comunicação social. Centrou-se no contributo de Carvalho Calero sobre política linguística no jornal La Voz de Galicia, o meio em que mais colaborou. O seu discurso de receção teve resposta do académico numerário José-Martinho Montero Santalha.

O Dia da AGLP finalizou com música do grupo galego CANAVERDE (Andrés Fernández, Jesús Arranz, Irene Veiga e Xico Paradelo), que interpretou canções galegas e portuguesas; e com um recital poético de Concha Rousia, Iolanda Rodrigues Aldrei, José Manuel Barbosa e Pedro Casteleiro, numerárias e numerários da AGLP.

Academia Galega, de visita em Lisboa para entrevistas

A Academia das Ciências de Lisboa, a CPLP, a Missão do Brasil junto da CPLP e a UCCLA dialogaram sobre projetos com a delegação da AGLP


AGLP. 09/10/2024

No passado dia 1 de outubro, uma delegação da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) visitou Lisboa para realizar encontros no âmbito académico e com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Assistiram para este fim o Presidente, António Gil, o Coordenador da Comissão de Relações Internacionais, Ângelo Cristóvão, e a Delegada em Lisboa e para a CPLP, Maria Dovigo. Os encontros tiveram lugar na Academia das Ciências de Lisboa, com o Presidente, Prof. Doutor José Cardoso, com quem foram  abordados projetos de colaboração e trocaram publicações.

Na sede da CPLP, com o Diretor de Ação Cultural, João Boaventura Ima-Panzo, e a responsável técnica, a Dra. Rosa Pais, onde a AGLP explicou os projetos a desenvolver durante os próximos meses. O Sr. Dr. Ima-Panzo verbalizou a possibilidade de alargar à Galiza, e a todo o território do Estado Espanhol, a rede de Escolas Amigas da CPLP que já está a ter sucesso noutros territórios de países membros.

Na Missão do Brasil junto da CPLP, com o Ministro-Conselheiro Pablo Duarte Cardoso, e o Oficial da Divisão Cultural, com quem se abordou a possibilidade de realização de atividades de promoção da língua portuguesa, no quadro da adesão da Espanha em qualidade de estado Observador Associado. Comentou-se também o importante papel do Instituto Internacional da Língua Portuguesa no seguimento de uma necessária perspetiva policêntrica das políticas culturais no espaço linguístico do português.

Na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, UCCLA, com o Secretário Geral Vitor Ramalho e o Diretor Cultural, Rui Lourido, assistidos pela técnica Raquel Carvalho e Caroline Cecarello. Na sede desta instituição, sita junto ao mar, na Avenida da Índia, comentaram-se as opções organizativas da próxima Conferência Internacional que a AGLP vai realizar, em 2025, em colaboração com a Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, dos Observadores Consultivos da CPLP. 

O Dr. Rui Lourido teve a amabilidade de acompanhar os representantes galegos fazendo de cicerone na apresentação da exposição de autores de Macau que se exibe na sede da UCCLA, fornecendo detalhes de cada uma das obras de arte expostas, assim  como o seu significado e enquadramento histórico, e ainda ilustrando com comentários detalhados sobre cada artista.

Galeria de Imagens abaixo ⇓⇓⇓

Dia da AGLP 2024. Presença de Portugal e do Brasil na celebração do XVI Aniversário. VER EVENTO AO VIVO

No ato, que será este sábado na Casa da Língua Comum (Santiago de Compostela), haverá também música galego-portuguesa, um recital de poesia, e a tomada de posse de Joel Rodrigues Gomes como novo numerário da AGLP.

Ver evento ao vivo aqui


AGLP 02/10/2024

Na manhã do sábado, dia 5 de outubro, a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) vai celebrar o seu já tradicional DIA DA AGLP; um evento que, para além de servir como espaço de convívio e encontro da comunidade académica e de todas as pessoas que colaboram com a AGLP, também é a data na qual dita instituição recebe no seu seio as pessoas designadas como novos/as académicos/as de número. Nesta ocasião está prevista a tomada de posse de Joel Rodrigues Gomes, o qual pronunciará o seu discurso de ingresso que será respondido polo professor José-Martinho Montero Santalha, com discurso de receção. O ato será aberto com as palavras de boas-vindas do recentemente eleito presidente da AGLP, professor António Gil Hernández.

No completo programa elaborado figuram a palestra da Doutora Ana Salgado, presidente do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa (ILLLP), da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) e o depoimento da académica correspondente, Professora Adrienne Savazoni, docente de Língua Portuguesa na rede pública de ensino da Galiza e Doutora em Estudos Literários pela Unesp Araraquara (São Paulo, Brasil).

Na seção cultural do evento haverá espaço para um recital de música galego-portuguesa, a cargo do grupo galego CANAVERDE, que interpretará temas clássicos de grandes figuras da nossa música como o Zeca Afonso, Suso Vaamonde ou o recentemente falecido Fausto Bordalo.

Ainda as pessoas assistentes poderão gozar de um recital de poesia no qual participarão académicas/os numerárias/os e amigas/os da AGLP.

O discurso de tomada de posse de Joel Rodrigues Gomes, o novo académico de número, estará subordinado ao título "O discurso jornalístico sobre política linguística de Carvalho Calero:  por um galego rendível, económico e competitivo".

Joel Rodrigues trabalhou como jornalista no diário La Voz de Galicia entre os anos 1981 e 2022. Em 2009 doutorou-se na USC com a pesquisa A trajetória de Ernesto Guerra da Cal nos campos científico e literário, orientada pelo professor doutor Elias Torres Feijó, trabalho realizado no Grupo de Investigação nos Sistemas Culturais Galego, Luso, Brasileiro e Africanos de Língua Portuguesa (Galabra) e editado também em 2009 pelo Serviço de Publicações da USC. Entre as suas publicações, podem-se salientar as duas mais recentes: Ernesto Guerra Da Cal, do exílio a galego universal (Através, Santiago de Compostela, 2015) e Vite de Compostela, a comunidade (auto-)construída (Coleção Anaina do Instituto de Ciências do Património-Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Santiago de Compostela, 2023).


PROGRAMA:

12 h. Apresentação e palavras da Presidência

12h15. Tomadas de posse: Joel Rodrigues Gomes, a que responderá José-Martinho Montero Santalha com discurso de receção.

13 h. Depoimento da académica correspondente, Profa. Adrienne Savazoni.

13h15. Palestra da presidente do ILLLP (ACL), Doutora Ana Salgado.

13h40. Música do grupo Canaverde.

14h10. Recital poético.

14h40. Encerramento.

 

 

 

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