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15 anos da AGLP. 12 meses de atos públicos. "As nossas raízes. Do passado ao futuro"

Continuando com a programação de atividades 12 meses de atos públicos, em comemoração do décimo quinto aniversário da criação da Academia Galega da Língua Portuguesa, no domingo, 21 de julho de 2024, na cidade de Ourense (As Burgas, Jardim botânico de Montalegre e Livraria Re-Read) será realizada a atividade “As nossas raízes. Do passado ao futuro”, com o programa a seguir:
 
PROGRAMA
11:00: Pequeno roteiro das Burgas ao Jardim Botânico do Montalegre: Significado religioso do Montalegre de Ourense e as Burgas (Concha Rousia e José Manuel Barbosa).
12:00: Atuação musical de Xavier Foz, Carmel O'Leary e Denis O'Toole, com poemas de Concha Rousia, no recinto musical do Montalegre.
13:30: Comida (Restaurante O Meigallo, na Praça do Ferro).
16:30: Palestras na livraria Re-Read da Rua da Paz, 12 (Antiga Livraria Torga):
•Henrique Egea: Identificação da Gallaecia como confim da Terra dos Vivos entre os romanos.
•Ana Durán: O fenómeno solar em São Miguel de Cela Nova.
•Alberto Lago: A organização territorial dos galaicos.
18:45: Debate e encerramento.
 
 
 
 
 
 

RUDESINDO SOUTELO (o nosso presidente destes últimos 8 anos)

Por Concha Rousia

Querido presidente, querido Rudesindo1, da Comissão Executiva queremos que saibas:

Jamais será esquecido o pundonor com que defendeste a candidatura da nossa Academia na reunião com o representante de Portugal junto da CPLP. Ao teu lado, a nossa querida Maria Dovigo. Jamais esqueceremos. Nesse jantar em Lisboa, Portugal, e a sua chavinha de vidro, nunca estiveram tão bem protegidos.  

Salientável a tua defesa da candidatura da Galiza na CPLP. Obrigada pola tua subtil mão na hora em que a delicadeza, como se de uma obra musical se tratasse, era requerida. Salientamos também a fortaleza do teu silêncio quando discrição foi necessária, porque os temas eram delicados, por não dizer, muitas vezes, melindrosos.

Querido presidente, esta nota não é de despedida, esta nota é apenas um desejo de colocar uma palavra ali onde não cabe tudo no silêncio. Como vamos esquecer o equilíbrio do mestre ao conduzir estas nossas reuniões. Sempre atento a que todas as sensibilidades fiquem representadas, fiquem recolhidas, fiquem reconhecidas.

Rudesindo Soutelo, deixas o umbral muito alto. O teu sentido da diplomacia, o teu saber estar, o teu saber levar todas as vozes nas tuas palavras sempre que falaste. 

A tua permanente disponibilidade para assistir a reuniões em Madrid, ou onde for... Devo dizer, e não é detalhe menor, pois sabido é que há imagens que voam e vão longe a falar mais do que as mil palavras que descreveriam a subtileza do laço de borboleta a semear as belezas da nossa instituição. 

Querido presidente, amigo Rudesindo, ainda bem que isto não é um adeus, nem é uma despedida, pois tu ficas, tu ficas no governo deste barco, que anda já há 15 anos sulcando os mares da Lusofonia. Hoje apenas paras um bocado, passas a um outro plano, mas continuas ao pé do timão. 

Assim de grande foi, é, o teu compromisso, e o teu amor pela nossa Academia. Da Comissão Executiva, de toda a AGLP e do fundo do meu coração: Obrigada! Obrigadas e obrigados, Presidente!

1 Rudesindo Soutelo foi o segundo presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), desde o ano 2016 até julho de 2024. Anteriormente presidiu a instituição Martinho Montero Santalha, desde que iniciou o seu andamento, em 2008, até ao ano 2016. Ambos foram reeleitos e serviram no cargo o período máximo que contemplam os estatutos. Rudesindo Soutelo continua agora como Vice-presidente segundo na nova Comissão Executiva, que preside António Gil Hernández.

O professor, escritor e sociolinguista António Gil Hernández é o novo presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP)

O professor António Gil Hernández

Releva no cargo ao também professor e compositor de música Rudesindo Soutelo, quem o desempenhou os últimos 8 anos.

08/07/2024.  AGLP.

António Gil Hernández professor, escritor e sociolinguista, com uma ampla produção sobre a língua e a literatura da Galiza realizada nas últimas quatro décadas, é o novo presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP).

Numa reunião extraordinária do Pleno da instituição, celebrada em Compostela, foi eleita a nova Comissão Executiva da AGLP para os próximos quatro anos. Está conformada pelas seguintes pessoas:

  • Presidência: António Gil Hernández
  • Vice-Presidência 1ª: Concha Roussia
  • Vice-Presidência 2ª: Rudesindo Soutelo
  • Tesouraria: Ângelo Cristóvão Angueira
  • Secretaria: Pedro Emilio Casteleiro López
  • Vice-Secretaria: Maria Seoane Dovigo
  • Arquivo e Biblioteca: Joám Trilho Pérez
  • Vogais: Antia Cortizas Leira e Mário Herrero Valeiro.

Algúns membros da nova Comissão Executiva da AGLP

A AGLP começou o seu andamento em 2008. O seu primeiro presidente foi Martinho Montero Santalha, professor da Universidade de Vigo, quem serviu no cargo 8 anos, até 2016. Depois, entre o 2016 e até este mês, desempenhou a presidência Rudesindo Soutelo, também professor e compositor de música.

António Gil Hernández é assim o terceiro presidente da AGLP, que este ano está a celebrar o 15º aniversário, com atividades em diversas vilas e cidades da Galiza. Gil Hernández nasceu em Valhadolid em 1941. Vindo para a Galiza em 1968, o seu interesse pela língua da Galiza foi originado na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Santiago de Compostela, onde se licenciou em 1973. Em 1990 integrou, com José Luís Fontenla Rodrigues, a Delegação da Comissão Galega do Acordo Ortográfico na reunião internacional celebrada em Lisboa para um Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, acordo assinado em 12 de outubro de 1990 na capital portuguesa. Essa presença da representação galega está recolhida no número 123 do Diário da República, de Portugal, de data 28 de agosto de 1991.

Desde 1978 António Gil residiu na Corunha, onde ministrou por 12 anos aulas no Colégio Universitário da cidade, adscrito naquela altura à referida Universidade compostelana. Na Corunha foi também docente pioneiro na incorporação do galego ao ensino não universitário, no centro público de ensino secundário Salvador de Madariaga.

Desde a década de 1970-1980 tem uma ampla produção científica e literária. Os trabalhos a respeito da língua e da literatura da Galiza, defendendo a Língua Comum partilhada hoje na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), intensificou-se a partir da segunda metade dessa década, e continua: ainda no passado mês de junho aconteceu o lançamento do seu último livro, Johán Vicente Viqueira. João Vicente Biqueira (1924-2024). Poemas e Ensaios, na sequência de uma homenagem de reconhecimento à sua trajetória que promoveu a AGLP na Bandeira (Silheda) e que contou com o apoio da Câmara Municipal de Silheda, representada pela presidenta e a relatora de Cultura, e a Asociación Cultural Rosalia de Castro.

Os contributos de António Gil Hernández atingem os campos da Linguística, Sociolinguística, Glotopolítica, Estudos Literários, Comentário de Textos Literários, Literatura Comparada e Crítica Literária, além de Produção Literária própria no âmbito da poesia, difundida em livros, publicações especializadas, além de em diversas revistas e jornais. 

Está entre os pioneiros do movimento reintegracionista da Galiza, tendo sido membro e iniciador da Associaçom Galega da Língua, da Associação de Amizade Galiza-Portugal, das Irmandades da Fala de Galiza e Portugal, da Comissão Galega do Acordo Ortográfico, e da Associação Sócio-Pedagógica da Galiza e Portugal, além da AGLP. Também pertenceu à Sociedad Española de Lingüística. Em março de 2006 celebrou-se na Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Santiago o III Seminário de Políticas Linguísticas, subordinado ao tema “25 anos de atividade cívica, investigação e discussão sobre a língua nacional: o contributo de António Gil”, em que se valorizou a sua produção e trajetória.

Dentre os artigos e livros de teor científico e pedagógico que publicou António Gil Hernández merecem destaque os intitulados Que galego na escola? Tese reintegracionista (1984, com Maria das Dores Arribe Dopico e Joám Carlos Rábade Castinheira); Silêncio ergueito (1996), Temas de Linguística Política (2006), João Vicente Biqueira. Obra seleta (2011), ou Solilóquio com Manuel Maria (2018, em academia.edu).

Como produtor literário e de ensaio e estudos literários tem publicado Baralha de sonhos (1985, poesia), Comentário de Textos Literários (1986, volume coletivo que coordenou, com participação de mais 18 especialistas, modelar nesta matéria), Luzes e espirito (1990, em que dialoga com o poeta galego Eusébio Lorenzo Baleirón), Do amor de tudo quanto é livre (1995), bem como Tractatus de Euphemica Dictione, diálogo com a saudosa poeta Cristina de Mello; Rimas a Amarilis, e Antologia de contos nada exemplares.

Também tem colaborado nas revistas O Ensino, Agália, Cadernos do Povo, Nós, Temas de O Ensino, Luzes da Galiza, Man Común; ou em publicações jornalísticas como La Voz de Galicia, El Ideal Gallego e A Nosa Terra.

Após a eleição de Gil Hernández, Rudesindo Soutelo agradeceu a colaboração que teve nos oito anos que ocupou a presidência: “Agradeço à Comissão Executiva anterior pelo seu eficiente desempenho e desejo que a nova e mais nutrida Comissão Executiva tenha o sucesso que a AGLP merece”, afirmou.

A Academia das Ciências de Lisboa publica os discursos de Montero Santalha, Alonso Estraviz e Ângelo Cristóvão como representantes da Galiza

Os três membros galegos são numerários da AGLP e defenderam a Língua Comum ao serem acolhidos na instituição portuguesa

01/07/2024  AGLP

As Memórias da Academia das Ciências de Lisboa Classe de Letras publicam no Tomo XLV, editado este ano, os discursos com os que ingressaram na instituição oficial portuguesa Martinho Montero Santalha, Isaac Alonso Estraviz e Ângelo Cristóvão Angueira, a quem reconhece como académicos correspondentes representantes da Galiza. Os três membros galegos estão entre os pioneiros da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), desde que iniciou o seu andamento em 2008, e no instante de serem acolhidos na Academia das Ciências de Lisboa (ACL) eram presidente, vice-presidente e secretário, respetivamente, da instituição galega. Nos seus três discursos defendem a Língua Comum. Esta publicação inclui-se num volume juntamente com outras comunicações apresentadas nas sessões académicas da Classe de Letras da ACL nos anos 2016 e 2017, e que agora se difundem. Os três representantes da AGLP foram recebidos em 14 de julho de 2016, na sequência do colóquio A Língua Portuguesa na Galiza.

A Galiza é um país de língua portuguesa”

O discurso de Montero Santalha, professor da Universidade de Vigo e primeiro presidente da AGLP, cargo que ostentava na altura do ingresso na ACL, figura nas páginas 187 e 193. Na sua intervenção salienta como se constituiu a AGLP, que foi uma ideia de Ricardo Carvalho Calero (1910-1990, o primeiro catedrático de Linguística e Literatura Galega da Galiza, na Universidade de Santiago de Compostela).

A Galiza é um país de língua portuguesa”, afirma neste trabalho Montero Santalha. Acrescentou que a comunidade galega “fala uma forma de português que os galegos denominam por vezes ‘galego’ ou mesmo ‘língua galega’, e este fator linguístico é, ademais, o principal sinal de identidade coletiva da Galiza como povo diferenciado dentro do Estado Espanhol, no qual se integra como comunidade autónoma, dotada de governo próprio e de amplas competências políticas em diversos campos”. Salientou assim mesmo ser a Galiza um país lusófono, e como “a Galiza guarda ainda uma parte do mais autêntico tesouro do idioma, vivo, não só na sua tradição literária e popular, mas também na fala habitual e no cultivo escrito de muitos galegos”. Para Montero Santalha o português da Galiza apresenta uma situação paradoxal. Esclareceu ao respeito que “As causas que determinam a situação presente do português da Galiza compendiam-se numa: a nossa história plurissecular de dependência com respeito à Espanha, que teve uma consequência no terreno linguístico: o espanhol, apesar de ser originariamente uma língua estrangeira no território galego, foi a única oficial da Galiza durante séculos e até há poucos anos; agora é cooficial juntamente com o português da Galiza, mas segue ainda gozando, de facto, com muitas vantagens sobre a língua nativa”.

Após destacar “a consciência da unidade linguística” galego-portuguesa, Montero Santalha finalizou o seu discurso agradecendo o acolhimento na ACL, e afirmando: “Desejamos e esperamos que no futuro esta irmandade continue e se robusteça cada vez mais com novos contactos e com novas colaborações. Alimentamos a esperança de que, sejam quais forem as circunstâncias político-culturais em que os nossos países se encontrarem, entre todos saibamos achar caminhos e instrumentos que permitam articular essa irmandade superior que é a língua, o que para a Galiza implicará uma participação plena e permanente na comunidade lusófona”. 

 A Lei Paz-Andrade e a política linguística da Galiza

O discurso de Ângelo Cristóvão ocupa as páginas 195-200, subordinado ao título Valentim Paz-Andrade e a Academia Galega da Língua Portuguesa. Põe em destaque as facetas empresarial e cultural de Valentim Paz Andrade (1898-1987), quem deu nome a uma Iniciativa Legislativa Popular aprovada por unanimidade no Parlamento da Galiza no ano 2014 como Lei para o Aproveitamento da Língua Portuguesa e Vínculos com a Lusofonia. Segundo Ângelo Cristóvão, quem foi primeiro secretário da AGLP e que desenvolve também a sua atividade nos campos empresarial e cultural na Galiza atual, a aprovação por unanimidade desta Lei “representa uma mudança significativa na orientação da política linguística e na estratégia global da Comunidade Autónoma, que precisa de concretização através de ações do governo e da imprescindível colaboração da sociedade civil”, segundo salienta no seu discurso. Atribui o “sucesso” da aprovação por unanimidade dessa lei ao “trabalho do Movimento Lusófono Galego e nas mais de 17000 assinaturas de cidadãos que apoiaram a Iniciativa Legislativa Popular Valentim Paz-Andrade”.

Ângelo Cristóvão ressalta a defesa da Língua Comum por parte de Paz-Andrade em plena ditadura franquista; já em 1959, no livro Galicia como Tarea, que ele publicou na altura, em espanhol. Em 1986 integrou, como Vice-Presidente, a Comissão Galega do Acordo Ortográfico “entidade da sociedade civil presidida por Ernesto Guerra da Cal, que participou, em qualidade de observadora, nas reuniões conducentes ao Acordo Ortográfico do Rio de Janeiro, por convite da Academia Brasileira de Letras. Esta presença galega [estiveram Isaac Alonso Estraviz, em representação de Ernesto Guerra da Cal, com José Luís Fontenla e Adela Figueroa] continuou nas reuniões que conduziram ao acordo de 1990, aqui, na Academia das Ciências de Lisboa, participando [foram José Luís Fontenla e António Gil Hernández] como ‘Delegação de Observadores da Galiza’. Paz-Andrade era consciente, portanto, da necessidade de decidir em comum a ortografia da nossa língua, deixando atrás a etapa das políticas unilaterais”, assinala Cristóvão.

No discurso defendeu o princípio de que “a unidade da língua é compatível com a diversidade de normas nacionais, é necessária alguma flexibilidade para a incorporação de uma Galiza que andou por uma diáspora secular e agora está tentando encontrar o seu espaço no mundo da língua portuguesa, em cuja criação foi determinante há vários séculos”. Finalizou a sua intervenção afirmando que “é preciso ir ao encontro de projetos integradores, onde todos tenhamos um espaço institucional reconhecido tanto na Galiza como no exterior e, portanto, uma possibilidade para contribuir eficazmente ao conjunto. É preciso um esforço para ultrapassar as divisões do passado. Estamos disponíveis para essa tarefa e, com a ajuda de todos os presentes, estou certo de que se poderá conseguir”. 

 Do Návia ao Mondego, semente da Língua Portuguesa

O discurso de Isaac Alonso Estraviz, também professor da Universidade de Vigo e quem foi o primeiro Vice-Presidente da AGLP, ocupa as páginas 201-213 da publicação da ACL e está subordinado ao título Do Návia ao Mondego, semente da Língua Portuguesa. É este um título que ele justifica “para estabelecer os limites de um rio a outro”, entre o território das Astúrias de fala galega e as proximidades de Coimbra, que considera o berço da Língua Comum. Analisou na sua intervenção posicionamentos a respeito da Língua Comum de figuras clássicas portuguesas como o historiador João de Barros (1496-1570); Fernão de Oliveira (1507-1581), canonizado como o primeiro gramático português; ou Duarte Nunes de Leão (1530-1608), também valorizado na atualidade como gramático de referência na História da Língua Comum.

Estraviz, autor do dicionário que leva o seu nome, e que consta de mais de 151.260 verbetes, ocupou-se igualmente de algum léxico utilizado por esses três vultos da História de Portugal, e questionou que Galego e Português possam ser consideradas línguas diferentes. Afirmou: “Toda língua é elaborada através de uma escolha de variantes igualmente válidas e legítimas para constituir a língua padrão. Podemos comprovar através desses gramáticos como o que um considera legítimo outro o considera um erro. Mas muitas vezes o que é considerado espúrio ilegítimo, andando o tempo faz-se legítimo gramaticalmente e o verdadeiramente legítimo passa a antiquado ou incorreto. Isto pode ver-se justamente através de algumas variantes que escolhi, comuns na Galiza e Portugal e a maioria ainda hoje vivas em ambos territórios. O correto e o incorreto, o elegante e o deselegante, são totalmente arbitrários”.

No final da sua intervenção sublinhou como “ao propor-me elaborar um dicionário com o léxico da Galiza dei-lhe o nome de Dicionário de Português da Galiza. O léxico recolhido aqui na Galiza é o mesmo que se emprega em todo o norte de Portugal e mesmo na Beira, na Estremadura e no Algarve. Os clássicos portugueses, Camões e Gil Vicente, e os modernos como Camilo Castelo Branco e Torga, etc., são mais galegos nos seus escritos do que portugueses lisboetas”. Salientou como o dicionário da ACL está a incorporar léxico valioso, mesmo localismos que não se estavam a considerar. A respeito do Dicionário Estraviz, ou Dicionário do Português da Galiza, afirmou que “é um dicionário para todos os que têm como língua o português”.

 A irmandade da Língua Comum

Assim como Alonso Estraviz, Cristóvão Angueira e Montero Santalha foram acolhidos na ACL, também pessoas de outros países lusófonos pertencem como membros correspondentes à AGLP, dentro de uma irmandade que favorece a Língua Comum. Esse é o caso de Adriano Moreira, João Malaca Casteleiro (hoje ambos falecidos) e Eugénio Anacoreta Correia, de Portugal; José Chrys Chrystello, dos Açores; Evanildo Cavalcante BecharaEvandro Vieira Ouriques, Gilvan Müller de Oliveira, Paulo Soriano e Adrienne Kátia Savazoni Morelato, do Brasil; Irene Alexandra da Silva Neto, de Angola e Inocência Mata, de São Tomé e Príncipe.

 

 

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